Vasco
O Vasco jogou no 4-5-1 ou 4-2-3-1. O esquema vascaíno, entretanto, não é como os 4-2-3-1 usuais. Os meias não jogam pelos lados, mas por dentro. Ou seja, Diego Souza e Bernardo jogam mais centralizados, atrás do atacante. Felipe, por sua vez, joga atrás desses dois meias-atacantes, e à frente dos volantes, como armador. Feitas essas considerações, vamos à análise do jogo.
O Vasco jogou melhor que o Botafogo no primeiro tempo. Atuou no campo de ataque na maior parte do tempo e criou mais chances de gol. Mas não foi um domínio avassalador. O Vasco é, sem dúvida, um time mais técnico que o Botafogo e impôs essa superiodade ao tocar melhor a bola e usar a velocidade de Ramón, Bernardo e Éder Luís.
Ramón foi muitas vezes ao ataque pela esquerda. Em 2010, atuou como ala na maioria das vezes. Como os meias-atacantes jogam centralizados, ele tinha espaço para avançar, criar jogadas e chutar a gol. Do outro lado, Allan foi mais tímido no apoio e teve que se preocupar com a marcação de Márcio Azevedo, que avançou bastante.
No meio-campo, Felipe deslocou-se por todo o meio-campo para armar as jogadas para Bernardo, Diego Souza e Éder Luís. Os volantes Rômulo e Eduardo Costa preocuparam-se somente com a marcação, já que o time tem praticamente quatro jogadores com características ofensivas e pouco cacoete defensivo.
Embora fosse o único atacante do time, Éder Luís não foi um centroavante. Ele caiu pelos dois lados do ataque abrindo espaço para a chegada de Diego Souza e Bernardo. Além disso, recebia os lançamentos longos de Felipe.
Foi uma vitória merecida e o time mostrou um bom futebol. Resta saber se jogará assim, tão ofensivo, também no Campeonato Brasileiro.
Botafogo
O Botafogo entrou em campo com uma postura cautelosa, atuando no 4-3-1-2. Esse esquema não é necessariamente defensivo, mas a estratégia adotada por Joel foi. Tanto que o time pouco ameaçou o Vasco no primeiro tempo. Dos três volantes, apenas Somália carrega a bola para o ataque. Éverton ficou sobrecarregado na armação de jogadas. Foram muitos chutões para Herrera e Loco Abreu no primeiro tempo.
Com três volantes, os laterais teriam que ser mais ativos nas subidas ao ataque. Não foi o que aconteceu. Apenas Márcio Azevedo, o lateral-esquerdo, subia com frequência. O lateral-direito Lucas teve que priorizar a marcação em Ramón. Rodrigo Mancha é um volante de contenção, não tem características para atuar como volante pelos lados porque é lento e ruim tecnicamente. O mesmo vale para Arévalo Rios. Nenhum dos dois arma nem carrega bem a bola.
Herrera, segundo-atacante, e Loco Abreu, centroavante, brigaram muito na frente, mas faltou mais jogadas pelos lados do campo para que pudessem utilizar o cabeceio como arma ofensiva, ótima característica de ambos. Ou seja, sem laterais que vão à linha de fundo para cruzar, o desempenho de ambos fica prejudicado.
No segundo tempo, Joel Santana tentou utilizar as jogadas de linha de fundo ao colocar Caio pela direita e abrir Somália pela esquerda. O Botafogo passou a jogar no 3-5-2, variando para o 3-4-3 e 3-3-4. Mas Caio foi bem marcado e Somália não conseguiu chegar à linha de fundo.
A derrota mostra que falta mais variação de estratégias e jogadas ao Botafogo. Além de jogadores mais técnicos.
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Valeu! Abraço!