Barcelona
O Barcelona venceu o Real Madrid jogando como o Barcelona sempre joga: muita posse de bola no campo ofensivo (63% a 37%), passes rápidos e precisos e esquema tático ofensivo. O Barcelona atuou no 4-3-3, variando para o 4-1-4-1 quando defendia. Ou seja, os atacantes laterais, Villa pela esquerda e Pedro pela direita, voltavam para marcar no meio-campo formando uma linha com Xavi e Iniesta, mais centralizados. Sergio Busquets ficava atrás dessa linha, como único volante de marcação. Como podemos ver abaixo.
No primeiro tempo, o Barcelona só se perdeu quando seus jogadores foram tirar satisfações com Cristiano Ronaldo, que empurrou o técnico Guardiola. Depois retomou o controle e terminou a primeira etapa dominando o jogo. A formação teve Xavi e Iniesta centralizados, à frente do volante Busquets. Deram ritmo ao jogo, tocando muito a bola. O Barcelona deu uma verdadeira aula de dois toques. Os jogadores pouco prendiam a bola e colocaram o Real Madrid na roda, correndo atrás da bola.
O mesmo se deu no segundo tempo. Muitos passes precisos, longos e curtos. Mais rápidos que os defensores do Real Madrid, os atacantes e meias do Barcelona ficavam na mesma linha deles, esperando o passe em profundidade e em diagonal. Os passes em diagonal foram mortais.
Messi jogou como um meia-atacante, ora chegando à frente, ora armando o jogo pelo meio ao lado de Xavi e Iniesta. A marcação de Lass no segundo tempo foi ineficiente porque Messi se mexia muito e os marcadores confundiam-se na tentativa de marcar Messi e Xavi, que também caía por aquele lado.
Na defesa, Puyol marcou Cristiano Ronaldo individualmente, contando com o apoio de Daniel Alves ou Abidal, dependendo do lado que o atacante português se posicionava. No segundo tempo, tanto Daniel Alves quanto Abidal subiram com alguma frequência ao ataque. As modificações finais de Guardiola foram apenas para ganhar tempo e dar jogo aos jovens Bojan e Jéffren, já que o posicionamento dos jogadores que vieram do banco foi a mesma.
Real Madrid
Quando classificou-se em cima do Barcelona pela Champions League, treinando a Internazionale de Milão, Mourinho armou uma linha de quatro defensores fixa. A sua frente, o volante Cambiasso e outra linha de quatro meio-campistas. Uma retranca como poucas vezes se viu. Na ocasião, o time explorou os contra-ataques para vencer o Barcelona. Não se viu a mesma disposição tática no clássico de segunda-feira.
O Real Madrid perdeu do Barcelona atuando no habitual 4-2-3-1, no primeiro tempo, e no 4-3-2-1, no segundo. O time mostrou-se pesado e pouco dinâmico, muito dependente das jogadas individuais de Cristiano Ronaldo e Di Maria. Cristiano Ronaldo foi regular no primeiro tempo e ruim no segundo. Já Di María não apareceu no jogo. Mesmo muito apagado, o técnico José Mourinho deixou-o em campo até o final da partida. O meia-atacante argentino foi tão mal que deu espaço para que o lateral-esquerdo Abidal — que, de tão defensivo, atua como zagueiro na seleção francesa — subisse ao ataque sem medo no segundo tempo.
Benzema, centroavante enfiado, recebeu poucas bolas. Özil, que seria o articulador, foi anulado por Busquets e não teve espaço. Os volantes Xabi Alonso e Khedira, que têm ótimo passe, se perderam na tentativa de marcar os meias Xavi e Iniesta e o meia-atacante Messi. A linha de quatro defensores não se desfez durante todo o primeiro tempo. Os laterais não passaram na risca central.
Já perdendo por 2 a 0, o técnico José Mourinho tentou arrumar o meio-campo colocando Lass no lugar de Özil. O Real Madrid passou a jogar no 4-3-2-1. O lateral-esquerdo Marcelo foi liberado para atacar e tabelar com Cristiano Ronaldo na frente. Não adiantou. O Real Madrid levou o terceiro e o quarto gols e Mourinho resolveu tentar reduzir os danos. Sacou Marcelo e colocou Arbeloa, uma lateral mais defensivo. Ainda levou o quinto gol de uma jogada iniciada pelo lado de Arbeloa.
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cumprimentos
O blogueiro disse que a atuação dos Santos foi vergonhosa, ilustrando com a pouca posse de bola.
Mas o mesmo blogueiro, por ocasião do clássico espanhol em abril/2011, elogiou o esquema tático do R. Madrid, que teve a MESMA POSSE DE BOLA do Santos! Vejam:
"E, embora desse a posse de bola para o Barcelona (72% em todo o jogo), o Real não correu maiores riscos e ainda ameaçava nos contra-ataques".
O blogueiro precisa decidir se a pouca posse de bola é vergonhosa ou pouco significativa.
"Com as linhas defensiva e de meio-campo atuando bem próximas — e com Pepe entre elas — o Real Madrid bloqueou a intermediária defensiva e impediu o toque de bola do Barcelona no setor do campo que os catalães mais gostam. A troca de passes ficou restrita à faixa central."