São Paulo
A postura do São Paulo no segundo jogo foi muito diferente da apresentada em Porto Alegre. O time atacou desde o início, embora não tenha conseguido dominar amplamente a partida nem converter toda a ofensividade em perigos reais à meta do Internacional. Até o esquema tático mudou. No jogo de ida, o São Paulo atuou no 4-3-2-1; no Morumbi, atuou no 4-3-1-2, variando para o 4-2-2-2 e para o 4-3-3.
O técnico Ricardo Gomes (que dirigiu o São Paulo pela última vez nessa partida) optou por um time que poderia variar o desenho tático durante a partida sem recorrer a substituições. Assim, Hernanes foi um meia, mas poderia voltar como um terceiro volante; Fernandão foi um meia, mas aparecia como centroavante, ao lado de Ricardo Oliveira, quando o São Paulo atacava. Além disso, era uma boa opção para as boas altas na área. Mesmo jogando melhor que em Porto Alegre, o futebol do São Paulo ficou longe de ser vistoso e/ou eficiente.
Cléber Santana limitou-se a marcar e, ainda assim, deixou que D'Alessandro fizesse muitas jogadas. Os laterais Júnior César e Jean não apoiaram. Desta feita, entretanto, Jean conseguiu ser mais eficiente na marcação de Taison, que venceu o duelo com ele no Beira Rio.
Hernanes fez boas jogadas, chutou de fora da área e foi o melhor jogador do São Paulo no jogo. Fernandão, por outro lado, não foi bem. Apareceu melhor nas bolas alçadas na área. Muito pouco para quem empolgou nas duas partidas contra o Cruzeiro nas quartas-de-final. Dagoberto nada fez além de impedir o apoio do lateral-direito Nei. Fernandinho, que entrou em seu lugar no segundo tempo, tem mostrado mais futebol. Ricardo Oliveira fez o gol, algumas boas jogadas, mas não conseguiu ser mais decisivo que isso. A eliminação foi merecida porque tem jogado muito mal em 2010 e enfrentou um time tecnica e taticamente superior.
Internacional
O Internacional foi dominado na maior parte do tempo, mas controlou o jogo nos momentos certos e, mesmo jogando pelo empate, não abriu mão de atacar o São Paulo. O time marcou muito bem e não deu o contra-ataque. Com os laterais presos no campo defensivo, o time liberou os meias e meias-atacantes para trocar passes no meio-campo e chegar à frente para auxiliar o centroavante Alecsandro. O time não se apavorou em nenhum momento da partida, nem quando Tinga foi expulso no segundo tempo.
O Internacional jogou no 4-2-3-1, repetindo o esquema tático utilizado no jogo de ida no Beira Rio. Como em Porto Alegre, Tinga começou mais como meia centralizado. No segundo tempo, assumiu o papel de volante pela direita. Nas duas funções, foi muito bem. É um jogador muito versátil, uma vez que marca bem e tem qualidade para sair jogando. Fará falta no primeiro jogo contra o Chivas em Guadalajara, já que tomou um cartão vermelho e está suspenso automaticamente. Mas o Inter é tecnicamente superior ao Chivas.
Guiñazu e Sandro garantem uma grande proteção à defesa e roubam bolas importantes para ligar o contra-ataque. O vigor físico de Guiñazu já é conhecido, mas sempre surpreende; Sandro rouba a bola limpamente, é alto e bom nas bolas aéreas defensivas. A bola roubada pelos volantes sempre encontrava a qualidade dos meias do Inter.
E para controlar o jogo, D'Alessandro faz muita diferença. Começou atuando na meia-esquerda e, no segundo tempo, passou a ser o meia centralizado, com o recuo de Tinga para a posição de volante pela direita. Taison foi o meia-atacante pela esquerda e, embora não tenha tido a mesma atuação do jogo em Porto Alegre, preocupou o lado direito defensivo do São Paulo. O centroavante Alecsandro, que fez o gol do Internacional, movimentou-se bem e levou perigo à meta adversária.
O Internacional começou o torneio sob desconfiança, mas encontrou o bom futebol nas partidas pós Copa do Mundo do Campeonato Brasileiro e nas semifinais da Copa Libertadores. Está classificado para o Mundial de Clubes da Fifa em dezembro, para a final da Libertadores contra o Chivas Guadalajara e é o favorito.
Leia também:
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Vélez Sarsfield 2 x 0 Chivas. Análise tática. Copa Libertadores 2010.
Cruzeiro 0 x 2 São Paulo. Análise tática. Copa Libertadores 2010.
Esquema tático do Internacional. Jogo contra o Banfield. Copa Libertadores 2010.
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