Sérvia
A seleção da Sérvia foi a campo no 4-2-3-1. Uma observação sobre o desenho do 4-2-3-1 da Sérvia é necessária. Os meias dos lados não jogam abertos, chegando ao ataque. Na verdade, quem se aproxima do atacante Pantelic é o meia Zigic, jogador de 2,02 metros. No site da Fifa, ele é caracterizado como atacante, mas atuou como meia. Então, o 4-2-3-1 não é aquele esquema que pode se transformar, com a posse de bola, num 4-3-3. Este se transforma num 4-4-1-1.
O futebol da Sérvia mostrou-se muito "quadrado", sem muitas variações e com jogadores limitados. Não se iluda pelos nomes famosos de jogadores que atuam em campeonatos europeus. Vidic (do Manchester United), Ivanovic (do Chelsea), Stankovic (da Internazionale de Milão), só para citar alguns, foram apenas corretos, nenhum deles desequilibrou para a seleção sérvia.
Os volantes Milijas e Stankovic praticamente não abandonaram o campo defensivo. Krasic, pela direita, foi mais ofensivo que Jovanovic pela esquerda, mas nada extraordinário. Ivanovic foi regular: perdeu e ganhou de Ayew. O centroavante Pantelic foi muito mal.
O técnico Radomir Antic colocou mais um atacante enfiado (Lazovic) e a Sérvia passou para o 4-4-2. Mas, pouco depois, perdeu Lukovic expulso e, com isso, não conseguiu pressionar Gana.
Gana
A seleção de Gana não apresentou um futebol espetacular, mas jogou bem. No 4-1-4-1, os meias se revezavam no apoio ao atacante Gyan. Ayew, Prince Boateng e Tagoe apareceram como segundo-atacante. Só Asamoah foi mais tímido no apoio. Entretanto, o único volante de contenção foi Annan, embora os meias ajudassem na marcação. Com meias participativos e polivalentes, o 4-1-4-1 é um sistema ofensivo e que mantém a posse de bola no campo do adversário. Lembrando que esse é o sistema mais usado pelo Arsenal.
Mesmo com meias extremos apresenta-se no ataque, os laterais também subiram para apoiar. Panstil (direita) e Sarpei (esquerda) mostraram-se bem na defesa e no apoio. O miolo defensivo (Mensah e Vorsah) não é muito confiável, mas não comprometeu.
Mas o destaque fica para o ataque. Gyan é um atacante versátil: tem velocidade, participa do jogo aéreo e tem boa técnica. Tagoe, Ayew e Prince Boateng são velozes e pressionam a saída de bola adversária.
No segundo tempo, Appiah entrou no lugar de Asamoah para cumprir a mesma função. Addy e Abeyie entraram no final para ganhar tempo, fechar a defesa e garantir a vitória. Não é uma seleção para ganhar o título, mas deve se classificar à próxima fase.
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Nossos campinhos táticos de Gana estão idênticos rs
No da Sérvia, tenho algumas ponderações. O Krasic, de fato, não jogava aberto pela direita, como se fosse um winger inglês, mas o Jovanovic fazia essa função pela esquerda, com jogadas de linha de fundo. Era quem mais tentava algo no meio de campo.
Eu coloco a Sérvia no 4-4-2, mas destaco isso que você disse sobre o Zigic, sobre ele voltar bastante, formando quase um 4-4-1-1. A ideia até é interessante, pra ele ganhar pelo alto e desviar pro Pantelic, mas não adianta nada se não colocarem bolas na cabeça dele.
Partida discretíssima do Stankovic, parecia primeiro volante às vezes.
Abraços!
O treinador sérvio colocou o Lazovic antes de estar a perder e transformou o esquema em 4-3-3. O golo do Gana foi a 4 minutos do fim. Melhor análise para a próxima e mais conhecimento dos jogadores
Provavelmente você queria colocar o Tagoe ali, que foi quem jogou por ali na verdade.
Abraço!
"Futebol ao Cubo", seu blog é bem bacana. Estou seguindo.
MSD, você tem razão. O gol foi aos 40 do segundo tempo e a troca foi anterior. Mas o esquema passou a ser o 4-4-2 com dois atacantes, já que Zigic foi o substituído e, quando estava em campo, jogou "como" um meia. Deixei claro no texto que ele era atacante, mas atuou como um meia. Obrigado pelas observações.
Henrique, você também tem razão. Esqueci de trocar os nomes quando estava desenhando dos campinhos. Já está corrigido. Obrigado pela correção.
Abraços a todos. Marcelo Costa.