Honduras
A formação tática da seleção de Honduras foi o 4-4-1-1, com Nuñez como meia-atacante vindo da esquerda e Álvarez como meia-direita que também aparecia para auxiliar o ataque. Quando perdia bola, todo o time voltava para marcar. A postura do time foi, até a metade do segundo tempo, esperar no campo de defesa e tentar armar o contra-ataque com Álvarez e Nuñez para a conclusão do centroavante Pavon.
Mas o centroavante não foi bem na partida e ninguém no meio-campo conseguia, ao menos, prender a bola. Não existiu armação. A ligação direta foi a única jogada tentada pelo time. A seleção hondurenha foi amplamente dominada pelo Chile. Entretanto, não é de todo ruim. A seleção chilena é que é boa e merece atenção. Os zagueiros hondurenhos são rebatedores, mas firmes. O lateral-esquerdo Izaguirre defende e apóia. Mendoza, na direita, é razoável e defende mais que ataca.
O principal problema da seleção de Honduras é a lentidão na transição da defesa para o ataque. Os volantes são muito fracos tecnicamente e lentos. O meia-esquerda Espinoza é mais um auxiliar de Izaguirre que um meia, já que praticamente não passa do meio-campo. Honduras não deve se classificar para a próxima fase, mas não é a pior seleção da Copa.
Chile
O Chile confirmou as expectativas de muitos analistas (inclusive alguns entrevistados aqui, na Rádio Esquemas Táticos). O 4-3-3 chileno é o mais ousado sistema tático da Copa 2010. Os laterais apóiam, tem um único volante de marcação (Carmona), dois meias (Millar pela esquerda e Matias Fernandez pela direita), um segundo-atacante (Valdívia) e dois atacantes (Beausejour e Sanchez).
O lateral-direito Isla é quase um ala, tal é sua volúpia no apoio. Vidal é mais contido, mas também avança. Carmona faz o balanço defensivo atuando bem recuado, próximo aos dois zagueiros. O miolo de zaga não foi testado, diga-se, porque Honduras não ofereceu real perigo durante todo o jogo.
Matias Fernandez e Millar não são meias/volantes como costumamos ver em sistemas com um losango no meio-campo: são meias puros. Eles trocam passes no meio-campo e aparecem para finalizar. O time gosta de jogar com posse de bola no campo ofensivo e, para isso, nada melhor que contar com meias que têm qualidade no passe.
Valdívia é um meia-atacante que joga colado nos atacantes Sanchez e Beausejour. Como joga muito próximo da área, pode ser considerado um segundo-atacante. Nesse caso, o esquema é o 4-3-3. Sanchez atua pela direita, mais por dentro que Beausejour, que joga mais aberto pela esquerda. O problema de ambos é a finalização.
O Chile deve passar de fase e pode até ir mais adiante nessa Copa.
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