Coréia do Sul
A Coréia do Sul atuou no 4-4-1-1, com Ji Sung Park como o "1" entre o atacante e a linha de meio-campo. Algumas vezes ele revezou-se com Ki Hun, fechando a linha de meio-campo quando ele subia ao ataque. Destaque para o bom atacante Chu Young, o camisa 10 sul-coreano é rápido e tem técnica. Destaque também para o o lateral-direito Du Ri.
Entretanto, um jogo em que Park é o craque da partida tem alguma coisa errada. Embora Park tenha se apresentando bem no Manchester, na temporada que terminou, quando saiu do banco de reservas. A Coréia do Sul como um todo é uma equipe tecnicamente fraca, mas tem muito vigor físico, disposição e velocidade. Bastou para vencer a Grécia, uma seleção abaixo da crítica. O problema é que, no futebol contemporâneo, essas características podem levar um time a vencer jogos e avançar de fases numa competição.
As duas linhas de quatro deram segurança defensiva ao time durante a maior parte do jogo. Na segunda metade do segundo tempo, a equipe grega encontrou algumas brechas e levou algum (pouco) perigo ao gol sul-coreano. Park fez bem a transição entre o meio-campo e o ataque carregando a bola e chegando na frente para auxiliar Chu Young e também para finalizar. A Coréia do Sul tem chances de se classificar porque, tirando a Argentina, o grupo é muito fraco.
Grécia
A Grécia tem que mudar sua filosofia... de jogo. Hoje, a equipe mostrou claramente a diferença entre o 4-2-3-1 e o 4-5-1 defensivo. O 4-5-1 da Grécia não vai a lugar nenhum. A equipe não conseguiu se defender bem de uma equipe veloz como a Coréia do Sul e também não conseguiu atacar. A técnica não foi chamada para fazer parte do jogo grego.
Katsouranis não conseguiu ser nem bom volante nem bom meia. Karagounis, muito lento, mal conseguiu tocar na bola para tentar armar as jogadas. Os laterais, mesmo pregados no campo de defesa, não defenderam nem atacaram bem. O miolo defensivo é lento e nada técnico. Mas o pior estava na frente.
No ataque, Charisteas foi posicionado como meia-atacante pela direita. Não foi meia nem atacante. Ficou isolado do lado direito sem conseguir ir ao fundo (o que nunca faz, diga-se) ou entrar em diagonal pelo centro (embora tentasse). Samaras, que teoricamente teria também que ser um meia-atacante pela esquerda, ficou preso no lado do campo e também nada fez. O centroavante Gekas não conseguiu receber bolas no primero tempo para ser avaliado.
A formação tática do segundo tempo melhorou o time. O técnico Otto Rehhagel percebeu que errou na configuração do esquema tático, mas colocou a culpa nos jogadores ao final da partida. "Fomos mal nos duelos individuais", disse ele. Saíram Charisteas, Samaras e Karagounis; entraram Salpinzidis, Patsatzouglou e Kapetanos. O esquema passou a ser o 4-3-3, com três volantes no meio — Tziolis mais recuado, Patsatzouglou pela esquerda e Katsouranis pela direita —, Salpinzidis como meia-atacante pela centro-esquerda e Kapetanos ao lado de Gekas no ataque.
O time melhorou, não necessariamente pelos jogadores, mas por suas características e posicionamento. Esquema tático também ganha e perde jogo.
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