Brasil
O Brasil jogou no mesmo esquema tático de sempre: o 4-2-3-1. Contra adversários retrancados, o estilo de jogo implantado por Dunga sempre mostrou-se pouco eficiente. Não é novidade, esta é uma seleção que joga nos contra-ataques. O problema é que, com Kaká e Luís Fabiano fora do melhor da forma física e técnica, o contra-ataque também falhou contra a Coreia do Norte.
Temos que frisar que o problema contra adversários retrancados não está no esquema 4-2-3-1. As peças é que estão erradas. Os volantes são ruins na saída de bola e têm muita dificuldade para atacar. Nem o chute de longa distância eles têm. Então, quando o adversário coloca dez jogadores atrás da linha da bola, o time fica em inferioridade numérica no campo ofensivo e é engolido pela marcação. Foi o que ocorreu.
A participação ofensiva dos laterais foi muito boa. Como dissemos no post com a prévia do esquema tático do Brasil, Michel Bastos arriscou chutes de fora da área e Maicon foi muitas vezes à linha de fundo, embora nem sempre recebesse a bola. O miolo defensivo com Lúcio (direita) e Juan (esquerda) é acima da média, mas não foi testado contra a Coreia do Norte.
O destaque do jogo foi Robinho. Inicialmente no lado esquerdo, aos poucos foi se movimentando também pela intermediária ofensiva e, com a saída de Kaká, assumiu o posto de armador da equipe, como muitas vezes faz no Santos. Além disso, driblou, passou e finalizou. Daniel Alves, no pouco tempo que esteve em campo, não deu o dinamismo que normalmente dá ao time quando entra. O mesmo pode se dizer de Ramires, mas este teve ainda menos tempo em campo. Por outro lado, Nilmar dividiu a atenção da defesa e foi produtivo.
Coréia do Norte
Com três zagueiros e três volantes, a Coreia do Norte jogou muito retrancada, com apenas um atacante. A formação tática foi o 5-3-1-1. O atacante J. Tae Se confirmou as expectativas sobre sua capacidade e, quando recebeu bolas, criou boas jogadas. Mas ele estava muito isolado. H. Yong Jo foi o "1" do esquema e chegou poucas vezes à frente para ajudar J. Tae Se.
O elemento surpresa foi o lateral-direito Cha Jong Hyok. Com o espaço deixado por Michel Bastos, ele apareceu algumas vezes no ataque. Mas, como dissemos, todo o time jogou muito atrás e, apesar da velocidade dos jogadores, não dava para chegar com muita gente no campo ofensivo. Também porque eles foram desarmados com certa facilidade pelo meio-campo brasileiro.
O destaque da Coreia do Norte é, sem dúvida, a disciplina tática no momento de defender. R. Jun Il foi um defensor pelo centro que, quando a Coreia do Norte recuperava a bola, transformava-se em primeiro-volante, variando o esquema para o 4-1-4-1.
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Rádio Esquemas Táticos. Bate-papo com André Rocha, do GloboEsporte.com. Tema: principais seleções da Copa 2010.
Rádio Esquemas Táticos. Bate-papo com Robert Sweeney. Tema: seleções sulamericanas na Copa 2010.
Rádio Esquemas Táticos. Bate-papo com Hugo Albuquerque sobre o Campeonato Brasileiro 2010.
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- Também foi o time que mais finalizou: 26 vezes, 10 delas no gol, também o maior número, junto com a Alemanha
- Até o jogo do Brasil, a França era o time que mais tentou jogadas individuais: 26. Pois o Brasil tentou nada menos que 40.
- O Brasil foi apenas o 3o time que mais conseguiu passes na área do pênalti: 8, o que mostra a dificuldade para penetrar. Outra estatística que corrobora tal dificuldade é o número de finalizações bloqueadas: 7, maior número junto com Coréia do Sul.
- O time de Dunga foi disparado o time que mais trabalhou a bola: 584 passes, 110 a mais que o 2o lugar, a Alemanha, com o belo índice de 83% de acerto, 3% a mais que a vice, Holanda.
- Também lidera na número de cruzamentos: 31.
Um grande ataque contra defesa.
Fonte: FIFA, postado no blog: http://estrategianofutebol.blogspot.com