O Brasil venceu, de virada, a Escócia por 4 a 1 na segunda partida da primeira fase de grupos da Copa do Mundo de 1982. Os gols foram de Narey (Escócia), Zico, Oscar, Éder e Falcão (Brasil).
Brasil
O Brasil apresentou-se no 4-2-3-1, com Valdir Peres no gol; Leandro (lateral-direito), Oscar (zagueiro pela direita), Luizinho (zagueiro pela esquerda) e Júnior (lateral-esquerdo) na defesa; Cerezo (volante pela direita), Falcão (volante pela esquerda), Sócrates (meia pelo centro), Éder (meia aberto pela esquerda) e Zico (meia aberto pela direita) no meio-campo; e Serginho (centroavante) no ataque. O técnico era Telê Santana.
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A formação adotada por Telê Santana povoava o meio-campo com jogadores de grande capacidade técnica e, portanto, a troca de posições entre os volantes e os meias era constante. Os volantes tinham como característica o avanço ao ataque executar tabelas ou finalizar a gol. Os laterais também tinham muita qualidade e, no jogo contra a Escócia, Júnior apareceu muitas vezes como meia, fechando em diagonal para armar o time ou finalizar.
Sócrates jogou como meia centralizado e, junto com os volantes, fazia a saída de bola e cadenciava o jogo no meio-campo. Ele trocou muitas vezes de posição com Cerezo e, principalmente, Falcão, ajudando a marcação no meio-campo quando os volantes se lançavam ao ataque. Sócrates percorria todo o meio-campo, de acordo com a necessidade ofensiva ou defensiva do time. Ou seja, se a bola estava do lado esquerdo, ele aparecia como opção pela faixa central esquerda; se o ataque se dava do lado direito, ele surgia na faixa central direita. Quando os volantes avançavam, voltava para efetuar a marcação como um volante.
Zico foi o meia-atacante pela direita. Ele entrava em diagonal pelo centro do ataque ou fazia tabelas com Cerezo e Leandro. Pela esquerda, Éder atuou mais como meia que como ponta-esquerda, sua posição usual. Ele fechava o lado esquerdo quando o time se defendia e, no ataque, formava o trio ofensivo com Júnior e Cerezo daquele lado.
Serginho Chulapa era o único atacante fixo da equipe. Mas como o meio-campo avançava em bloco, com o apoio dos laterais, ele raramente ficava isolado. Ele foi um pivô que, na verdade, atraía a marcação adversária para abrir espaços para os meio-campistas que vinham de trás. E todos eles tinham como característica o bom chute de fora da área, talvez com exceção de Cerezo.
Escócia
A seleção da Escócia apresentou-se contra o Brasil num 4-2-3-1. Entretanto, diferentemente da seleção brasileira, os meias tinham mais funções defensivas que ofensivas. Apenas o meia aberto pela direita Stratchan tinha um papel mais ofensivo.
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A defesa escocesa foi formada por quatro jogadores. O lateral-direito Narey era mais defensivo, cobrindo as subidas de Stratchan por aquele lado. Seu papel era quase o de um terceiro zagueiro pela direita. Pela esquerda, entretanto, o lateral-esquerdo Gray avançava mais e era coberto ora pelo meia extremo Robertson e ora por Hartford.
No meio-campo, a Escócia tinha dois volantes marcadores fixos. Eles não praticamente não avançaram durante todo o jogo. O meia Hartford desempenhou também a função de volante quando o meia-esquerdo Robertson ou o lateral-esquerdo Gray subiam ao ataque. Robertson trocou algumas vezes de lado com Stratchan e, algumas vezes, aparecia no ataque para apoiar o centroavante Archibald.
O ataque contou com um isolado Archibald, que vez ou outra tinha a companhia de Strachan ou Robertson. Em uma das poucas jogadas em que subiram juntos, os dois meias abriram espaço para a chegada surpresa do lateral Narey, que marcou o único gol escocês.
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E é impossível relembrar esse time de 82 sem ressentir a derrota. Que timaço! Isso sim é um trauma do futebol brasileiro...
Abraços futepoquenses!
Beleza de série sobre 82. Como não sou da época, é sempre bacana ver análise táticas daquele time. Aliás, faço a mesmo observação do Vicente: Então Telê foi precursor do 4/2-3/1? Eu nunca tinha parado para pensar nisso.
P.S.: Só senti falta de uma análise de Palmeiras x Corinthians. Sim, eu sei, doente é fogo.
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