O Palmeiras empatou o primeiro jogo contra o Nacional-Uru (1x1) em São Paulo. Vamos relembrar como foi o primeiro jogo e analisar cenários possíveis para o jogo de hoje à noite.
O Palmeiras começou o jogo no 3-5-2 com dois volantes e, ainda no primeiro tempo, com as entradas de Obina e Marquinhos, passou para um 3-4-3, ou 3-4-1-2, com um meia-atacante (Diego Souza) que se transformava em atacante pelos lados.
É bom lembrar que, contra o Cruzeiro, o time apresentou uma formação que deu bom resultado (imagem abaixo). Começou o jogo com praticamente três atacantes (Diego Souza pela esquerda, Keirrison pelo centro e Willians pela direita), Wendel na ala esquerda e Cleiton Xavier como um volante armador, jogando recuado ao lado de Pierre. O posicionamento de Cleiton Xavier é interessante porque, como é um meia-armador, jogando recuado ele tem mais espaço para armar o time, sem ser pressionado pela marcação adversária.
(clique na imagem para ampliar)
No segundo tempo, Diego Souza postou-se atrás dos dois atacantes e à frente dos volantes Cleiton Xavier e Pierre.
O Nacional do Uruguai atuou num tradicional 4-4-2, com dois volantes de marcação e dois meias. No final do jogo contra o Palmeiras, o time adotou um 4-5-1.
Reproduzo, abaixo, os desenhos táticos e as respectivas análises que fiz dos times na ocasião.
Nacional
A defesa contou com Romero (lateral-esquerdo), Coates (zagueiro pela esquerda), Victorino (zagueiro pela direita) e Rodriguez (lateral-direito). Romero subiu algumas vezes ao ataque, mas Rodriguez ficou mais preso na defesa.
O meio-campo contou com Arismendi (volante pela direita) e Morales (volante pela esquerda). O volante Morales ficou mais próximo da defesa, mas não podemos dizer que atuava como terceiro zagueiro. Os meias foram Lodeiro (esquerda) e Fernández (direita).
No ataque, Biscayzacú (direita) e Medina (esquerda) trocavam de lado com frequência. Os meias atuaram abertos e apoiaram o ataque. Sem a bola, voltavam para marcar os alas palmeirenses.
Como os laterais subiram pouco, eles ajudaram a marcar os atacantes palmeirenses. Como os volantes do Palmeiras não se aproximavam muito do ataque, eram quatro defensores e dois volantes para marcar os três atacantes e, numa eventualidade, um dos alas.
No segundo tempo, o time manteve o esquema 4-2-2-2 a maior parte do tempo. No final do jogo, com a pressão do Palmeiras, o técnico Geraldo Pelusso armou o time no 4-5-1 (4-2-3-1). Mas, notem, com três meias, para pressionar os volantes palmeirenses, já que um deles era o armador (Cleiton Xavier).
Palmeiras
O Palmeiras entrou em campo no 3-5-2, com os três zagueiros presos atrás, um volante de marcação e um segundo volante, um meia e dois atacantes; além de um ala mais defensivo (Capixaba) e outro mais ofensivo (Armero).
O maior problema do 3-5-2 (leia post sobre o esquema 3-5-2) é sua vocação defensiva. Não que a simples adoção desse sistema tático implique numa equipe defensiva, mas os jogadores escolhidos podem transformá-lo numa coisa ou noutra. E o Palmeiras saiu armado defensivamente. O ala-direito é defensivo (Capixaba); o segundo atacante é um segundo volante de origem (Diego Souza); o segundo volante não consegue desempenhar a função de meia quando é necessário (Souza); nenhum dos três zagueiros sabe sair para o jogo.
Por diversas vezes, um dos zagueiros se aventurava pelo meio-campo ou chegava ao ataque (raras vezes) e, nessas ocasiões, armaram diversos contra-ataques do Nacional porque não têm um passe qualificado. É uma questão matemática. Os três zagueiros representam 30% do time (fora o goleiro, claro). Some-se a isso os dois volantes e um ala. Ou seja, 60% do time não contribui com a criação de jogadas de ataque.
É possível que um esquema que coloca mais da metade dos jogadores para atuar no sistema defensivo funcione? Claro que sim, desde que o time tenha boas jogadas de contra-ataque ou conte com jogadores de técnica excepcional nos setores de criação e ataque. Exemplo claro disso foi a seleção brasileira de 1994. Um exemplo contemporâneo é o Internacional, que conta com três jogadores de técnica acima da média e são isentos do trabalho de marcação. Vou desenvolver mais esse tópico em outro post.
O técnico Vanderlei Luxemburgo mudou o esquema tático do Palmeiras ainda no primeiro tempo, com as entradas de Marquinhos (no lugar de Capixaba) e Obina (Souza). Como o Nacional não atacava, jogadores de marcação tiveram que criar e não tinham técnica para isso. Souza passou a ser meia e um dos zagueiros passou a se apresentar com mais frequência no meio e nas laterais.
Cleiton Xavier passou a jogar em paralelo com Pierre, Obina passou a fazer a dupla de ataque com Keirrison e Diego Souza desempenhou as funções de meia avançado e terceiro atacante. Jogando mais recuado, teoricamente C.Xavier teria mais espaço para criar. Mas o jogador não está num bom momento técnico, assim como Diego Souza, que mesmo mostrando muita vontade, também não tem feito boas partidas. Sem contar Keirrison e Obina, que estão mal e se perderam na marcação adversária.
Mas por que o problema não foi resolvido? Porque, mesmo com as mudanças, 40% do time não tinha poder de criação e o ataque não está bem. Cleiton Xavier, o único armador, também não está apresentando o mesmo futebol do começo do ano e não tem com quem dividir a tarefa de criar jogadas. Além disso, a última alteração (o volante Jumar entrou no lugar de Keirrison) fez o time voltar à formação que não estava funcionando no começo do jogo.
Leia também:
Nacional 0 x 0 Palmeiras - Análise tática.
O Esquema 3-5-2.
O Esquema tático do Nacional-URU.
O Esquema tático do Palmeiras.
Análise tática de Internacional x Palmeiras.
Análise tática de Sport x Palmeiras.
Nacional-URU x Palmeiras - Prévia do 2º jogo
16:50
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De qualquer forma, está linkado lá. Antes tarde do que nunca.
Abraços!