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Cruzeiro 3 x 1 Grêmio - Análise tática

No primeiro jogo das semifinais da Copa Libertadores da América, o Cruzeiro venceu o Grêmio por 3 a 1. O Cruzeiro apresentou uma mudança tática na virada do primeiro para o segundo tempo, mas manteve o 4-3-1-2 que se transformava em 4-2-2-2. O Grêmio manteve o mesmo esquema tático: um 4-2-2-2 que variava para um 3-2-3-2, com um ala e um lateral recuado.

Análise tática

No primeiro tempo, o Cruzeiro entrou com Marquinhos Paraná pelo lado esquerdo (Gérson Magrão se contundiu) com uma função mista de ala, lateral-esquerdo e volante, indo à linha de fundo e entrando em diagonal pelo meio. Essa multiplicidade de funções foi possível porque o lateral-direito do Grêmio, Thiego (um zagueiro de origem), praticamente não avançou para o campo de ataque, desempenhando o papel de zagueiro na maior parte do tempo. O Grêmio criou algumas jogadas de ataque por aquele lado. Aliás, o Grêmio criou as melhores chances de gol no primeiro tempo, embora o Cruzeiro tenha tido mais posse de bola nos dois tempos.

O lado esquerdo gremista foi o mais ofensivo durante todo o jogo. Souza, Fábio Santos e Maxi López, pela esquerda, levaram mais perigo à defesa cruzeirense que Tcheco e Alex Mineiro pela faixa direita do ataque. Só quando Maxi López caiu por aquele lado o Grêmio conseguiu explorar o lado direito. O lado direito cruzeirense teve um Jonathan atuando bem na defesa e no ataque, tentando jogadas de linha de fundo e também entrando em diagonal pelo meio. Contou sempre com o apoio de um dos volantes.

Os volantes do Cruzeiro mudaram constantemente de posição e avançavam de maneira alternada pelo lado direito do ataque. Ora Henrique, ora Elicarlos caíam por aquele lado. Fabinho ficou como volante mais recuado pelo centro. No segundo tempo, uma mudança fez com que o Cruzeiro dominasse definitivamente a partida. Marquinhos Paraná foi deslocado da esquerda e passou a transitar por todo o meio-campo, como volante e meia-armador, dividindo a função com Wágner e formando um 4-2-2-2. O setor ganhou qualidade ofensiva e segurança defensiva. Paraná foi o melhor jogador da partida.

(clique na imagem para ampliar)

No Grêmio, Souza foi o melhor jogador do meio-campo. Fez boas jogadas com Fábio Santos, e movimentou-se bastante. Além de ter feito o gol gremista numa cobrança de falta. Tcheco não tem o mesmo dinamismo de Souza. Movimentou-se pouco e não desempenhou bem a sua principal função que é armar a equipe. Os dois volantes (Adílson e Túlio) não comprometeram na marcação, mas não contribuíram nas jogadas ofensivas, sobrecarregando Tcheco e Souza. Talvez fosse necessário um segundo volante mais técnico para fazer o jogo fluir no meio-campo.

(clique na imagem para ampliar)

O ataque do Grêmio teve em Maxi López o seu melhor jogador, na comparação com Alex Mineiro, mas ambos perderam boas oportunidades de gol no primeiro tempo. Os dois jogaram paralelamente no ataque e mudaram de lado algumas vezes. Já tínhamos dito que o ataque com Maxi López e Alex Mineiro é muito lento (sobre isso, leia o post Cruzeiro versus Grêmio – Análise tática. Pré-jogo) e pouco técnico. Ambos são jogadores de força e bons no cabeceio, mas como o Grêmio não tem jogadas de linha de fundo e as bolas levantadas na área vêm principalmente das cobranças de Tcheco, os zagueiros poderiam ser utilizados. A entrada de Herrera foi tardia e não modificou o esquema tático nem representou uma grande melhoria no setor.

O setor ofensivo do Cruzeiro contou com Wellington Paulista, mais avançado pela direita, e Kléber um pouco mais atrás, entrando pelo lado e em diagonal pelo centro do ataque. Wellington Paulista esteve bem, ao contrário das últimas partidas, mas Kléber esteve melhor. Prendeu bem a bola no ataque, jogou de pivô e caiu pelas pontas.

Leia também:

Cruzeiro versus Grêmio. Análise tática. Pré-jogo.

Esquema tático do Cruzeiro.

Esquema tático do Grêmio.

Esquema tático do Nacional-Uru.

Análise tática de Nacional-Uru 0 x 0 Palmeiras.

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1 Comentários
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Fernando Abi-Acl disse…
O Cruzeiro soube jogar e fez jus ao mando de campo. A torcida foi importante para o triunfo de quarta passada. Adilson B deu um nó tático no P. Autuori. O Gremio conseguiu sair pro jogo sim, mas não com a mesma força ofenciva que apresenta desde janeiro. Sinceramente não Vejo o Gremio como um baita time. Nem mesmo o Cruzeiro, que em BH é um leão e fora um gato. Mas construimos um bom resultado e um passo largo as finais foi dado.

Meu único receio foi a "guerra" criada para a próxima partida. O assunto RACISMO ainda não acabou e terá novo capítulo nesta quinta. Acho que o próprio Gremio causou essa situação, já que o Maxi Lopes demorou muito para ir depor. Se tivesse ido quando o chamram não teria esse clima de guerra. Espero que isso não dê muitos efeitos dentro de campo e nem nas arquibancadas do Olimpico. Se o Perrela mandou o atleta ofendido (Elicarlos) depor para tentar afetar a equipe gaucha é outra coisa, mas se o próprio atleta quis fazer a denuncia ele está no direito, pois a honra dele foi afetada. O Gremio esta levando essa denuncia como pessoal.. juntamente com o P. Autuori. Como vi em muitos jornais, isso é um assunto entre a policia, MP e os dois jogadores. Acho que as diretorias e os dois clubes nãoi devem entrar no meio, já que a relação de ambos é boa. Vamos ver o próximo capítulo.

Abraço,
Fernando Abi-Acl.